Em artigo publicado na edição de quinta-feira (15) da revista científica Science, o pesquisador da Universidade de Bristol Michael Walter e seus colegas no Brasil e nos Estados Unidos revelam que o ciclo do carbono (movimento do carbono pela atmosfera, oceanos e crosta terrestre), do qual a grande maioria dos seres depende, atinge profundezas da Terra muito além do que se supunha, chegando até o manto inferior.
O achado desvenda a extensão do ciclo de carbono, mostrando a ligação entre processos químicos e biológicos que ocorrem desde a terra firme e os oceanos até o interior bem profundo do planeta.
Anteriormente, acreditava-se que o ciclo do carbono poderia chegar apenas até o manto superior da Terra, ou seja, cerca de 400 quilômetros em direção ao interior do globo. A novidade trazida à tona por esta pesquisa é a de que o ciclo do carbono seria capaz de atingir uma distância de 660 quilômetros, chegando, assim, mais profundamente ao interior da Terra.
Para se chegar a essa conclusão, os pesquisadores utilizaram matéria-prima brasileira: um conjunto de diamantes super profundos de jazidas próximas à cidade de Juína, no norte do Mato Grosso, a 754 quilômetros da capital Cuiabá.